O que acontece quando o público passa a participar cada vez mais da captação, da produção e publicação de notícias na Web? Jornalismo colaborativo é o nome desta modalidade de produção de notícias que, se ainda é incipiente em termos de público, já provoca discussão nas redações e entre pesquisadores da área.
Como escreve Carlos Castilho no Observatório da Imprensa desta semana, a participação de usuários na produção de conteúdos jornalísticos inclui “desde a cobertura de acidentes de trânsito em cidades pequenas até projetos mais ambiciosos como o NewsTrust, que procura avaliar a credibilidade de notícias com base no parecer de leitores, ou o NowPublic, que pretende ser uma agência de noticias com material fornecido por colaboradores voluntários”.
Pelo menos uma questão me parece importante nesse debate: ao mesmo tempo em que surge como alternativa concreta para a participação dos leitores no processo de produção da notícia (demanda antiga da luta por maior democratização da comunicação), o jornalismo colaborativo é também uma excelente forma de captação de notícia a baixo custo. Sim, redução de custos com mão-de-obra, o que pode ser muito atraente para os empresários da mídia.
Mas e os jornalistas? Qual será o papel do profissional de mídia nesse contexto? Até que ponto esse processo pode ser feito sem a interferência de um jornalista? É apenas o repórter que perde seu espaço? E o problema da credibilidade?
Uma oportunidade para discutir essas e outras questões será a palestra que Ana Brambilla, jornalista e editora de conteúdo colaborativo da Editora Abril, fará aos alunos de jornalismo da Unesp no próximo dia 23 de outubro, na Sala 1 do Campus de Bauru, SP.
Prof. Mauro