Inicio o ano de 2008 com um post sobre tema que considero dos mais fascinantes da área de mídias digitais: o hipertexto.
São muitas as definições de hipertexto, mas é ponto pacífico entre os estudiosos que tal definição inclui a natureza não-linear e não-seqüencial desta narrativa e, por conseqüência, sua estrutura aberta e inacabada.
Assim, a não-linearidade instaura uma nova ordem na leitura de um documento, que poderá diferir de um leitor para outro. O texto não-linear é aquele que, por meio de um “agenciamento cibernético”, estimula o surgimento de uma seqüência arbitrária. Isto significa dizer que o hipertexto permite o estabelecimento de ligações rápidas para diversas redes associativas. Como conseqüência, instaura e potencializa uma leitura descontínua e multivocal.
Do ponto de vista narrativo, a escrita hipertextual nos coloca diante de uma nova configuração de categorias clássicas da textualidade: a este novo conceito de texto está ligado um novo leitor e, mais adiante, um novo conceito de autoria.
Tenho me perguntado sempre sobre o impacto desse novo paradigma textual no trabalho jornalístico, em especial naqueles elementos que viabilizam a construção da narrativa jornalística. Diante das potencialidades do hipertexto, como ficam, por exemplo, os critérios de seleção da notícia e a própria hierarquização do noticiário numa página web? Uma pergunta a espera de respostas.
Prof. Mauro
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