quinta-feira, 29 de maio de 2008

Convivência entre impresso e digital

Pouco a pouco, cai por terra a crença de que a versão digital de um veículo canibaliza e compete com a edição impressa. Jornais e revistas implantam suas versões digitais com a finalidade de divulgar, complementar e trazer informações atualizadas aos leitores, seja no período de um dia, para os diários, uma semana ou um mês no caso das revistas. Em outras palavras, são estratégias de fidelização do leitor.
Agora chega a notícia de que um blog do The New York Times, o City Room, dedicado ao noticiário local de Nova York, será publicado também na edição impressa do jornal. Pode parecer uma contradição, já que o blog é uma ferramenta tipicamente web, mas na verdade trata-se de uma estratégia para direcionar os leitores do impresso para o site do NYT.
Deste modo, impresso e digital tendem cada vez mais a caminhar na mesma direção.
Prof. Mauro

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Hipertexto: do livro ao texto

Um dos impactos da tecnologia da hipermídia está na nova relação que se estabelece entre texto e livro. Na história das tecnologias do escrito, o texto existe em função de seu suporte material, no caso, o livro. A textualidade digital instaura uma nova relação entre esses elementos.

Veja-se o caso dos processos de digitalização. Quando se digitaliza um texto no modo “somente texto”, por exemplo, este torna-se manipulável eletronicamente. Como assinala o estudioso do assunto Jean Clément, é o próprio livro enquanto objeto que desaparece, juntamente com as referências de paginação e os instrumentos de leitura. Estamos diante de uma alteração nos modos clássicos de leitura.

“Nessa perspectiva, o texto não é mais lido de maneira linear em seu eixo sintagmático, é sondado em seu eixo paradigmático”, escreve Clément. Para além do texto eletrônico, é a técnica do hipertexto que aprofunda a mudança epistemológica em curso, passagem para uma visão mais complexa e menos fechada do conceito de texto. Em outras palavras, passagem do livro ao texto.

Para saber mais:
CLÉMENT, Jean. “Do livro ao texto. As implicações intelectuais da edição eletrônica”. In: Süssekind, F. e Dias, T. (Org.) A historiografia literária e as técnicas de escrita. Rio de Janeiro: Ed. Casa de Rui Barbosa: Vieira e Lent, 2004, p.28-35.

Prof. Mauro

sábado, 10 de maio de 2008

Radiodifusão na era digital

O que o futuro reserva para a radiodifusão na era da internet? Estações de rádio e de televisão abertos presisam repensar seus papéis em função dos hábitos de informação, entretenimento e consumo das novas gerações. Refir0-me, em especial, aos novos produtos digitais como You Tube, blogs e podcasts, cuja atuação interfere diretamente na audiência do rádio, principalmente.

De acordo com o presidente da Associação Norte-Americana de Radiodifusores, David Rehr, "as novas gerações quase não ouvem rádio" (Cf. OESP, 16/4/08, p.B-13). Não sei se isso já acontece no Brasil, mas é significativo que as operadoras de celulares ofereçam aparelhos telefônicos dotados de rádio FM. É sinal de que por aqui o rádio ainda tem audiência. Pelo menos por enquanto.

Seja como for, não há dúvida de que o modelo tradicional de radiodifusão precisa mudar para não se tornar obsoleto enquanto produto capaz de seduzir as novas gerações. Afinal, existem hoje outras opções para ouvir música e informação.

Prof. Mauro