terça-feira, 22 de abril de 2008

Internet na China: acesso controlado

Desde que surgiram, os blogs sempre foram encarados como uma ferramenta de democratização da informação. Pois a experiência chinesa parece demonstrar que as coisas não são bem assim, e que a Internet pode ser usada tanto para a circulação das idéias como para o direcionamento da opinião pública. Reportagem da correspondente de O Estado de S. Paulo em Pequim, Cláudia Trevisan (21/4/08, p.A-16), informa que a China vivencia uma situação paradoxal: “ser um país autoritário que abraçou com fervor a Internet”.
Tal contradição é expressa pelo investimento pesado feito em infra-estrutura para expansão da Internet, o que transformou a China no país com o maior número absoluto de internautas, mais até do que os EUA: são 220 milhões de pessoas conectadas.
Ao mesmo tempo, o governo trata de controlar a informação que circula na net. Ainda segundo a reportagem, a censura chinesa utiliza palavras-chave para bloquear o acesso a sites indesejados.
Assim, por exemplo, se um site contém termos como “eleições livres”, “independência do Tibete” ou “Independência de Taiwan, o link exibe o famigerado not found, tão conhecido de quem navega pelo labirinto da web.
Chats, blogs e até e-mais são objeto de monitoramento, feito por um “exército de cerca de 30 mil a 40 mil censores, que monitoram as discussões online”, informa a jornalista. Isso sem falar na autocensura a que se submetem sites de busca e provedores de serviços de Internet.
Quando a liberdade de expressão encontra ambiente hostil para germinar, frutifica esse sentimento terrível que é a autocensura. Vivenciamos isso aqui no Brasil dos anos 1970. Sabemos que o caminho é longo e cheio de desafios, que a sociedade chinesa terá de enfrentar se quiser fazer uso pleno desta tecnologia maravilhosa que é a Internet.
Prof. Mauro

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