segunda-feira, 25 de junho de 2007

O rizoma, segundo Deleuze e Gattari

O primeiro passo para compreender o funcionamento (ou agenciamento) dos sistemas hipermidiáticos e a própria linguagem hipertextual está no conceito de Rizoma, estabelecido pelos filósofos Gilles Deleuze e Félix Guattari, no livro Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia, vol. 1. (Tradução de Aurélio Guerra Neto e Célia Pinto Costa. São Paulo: Editora 34, 1995). A seguir, destacamos pequenos trechos em que os autores conceituam o rizoma.

- “Um rizoma como haste subterrânea distingue-se absolutamente das raízes e radículas. Os bulbos, os tubérculos, são rizomas. (...) Até animais o são, sob sua forma matilha; ratos são rizomas. As tocas o são, com todas suas funções de habitat, de provisão, de deslocamento, de evasão e de ruptura”.

- “Há rizoma quando os ratos deslizam uns sobre os outros”.

- “Oposto ao grafismo, ao desenho ou à fotografia, oposto aos decalques, o rizoma se refere a um mapa que deve ser produzido, construído, sempre desmontável, conectável, reversível, modificável, com múltiplas entradas e saídas, com suas linhas de fuga”.

- “Contra os sistemas centrados (e mesmo policentrados), de comunicação hierárquica e ligações preestabelecidas, o rizoma é um sistema a-centrado não hierárquico e não significante, sem General, sem memória organizadora ou autômato central, unicamente definido por uma circulação de estados”.

- “Não existem pontos ou posições num rizoma como se encontra numa estrutura, numa árvore, numa raiz. Existem somente linhas”.

Diante desses fragmentos, que não me canso de reler, fico a pensar no fluxo da informação ou até na produção do saber num ambiente rizomático, caracterizado pela multiplicidade de entradas e saídas, pela noção de texto aberto ou múltiplo e, principalmente, pela ausência de centro e de hierarquização. Quais as implicações desta nova textualidade digital?

Prof. Mauro

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