terça-feira, 6 de novembro de 2007

Blogs e jornalismo: convergências, gêneros e formatos.

Com o advento da Internet, um dos pontos afirmados como sendo de mudança radical, tem sido o alargamento do horizonte de possibilidades de produção e circulação de conteúdos. Os blogs representam uma manifestação própria da Internet dentro dos formatos noticiosos; surgidos como diários virtuais em 1997 (CARVALHO, 2004), os blogs eram um ajuntamento de confissões íntimas, opiniões, textos reproduzidos de suportes tradicionais, entre outros. O formato ganhou notoriedade primeiramente entre jovens norte-americanos e rapidamente percebeu-se seu potencial jornalístico. As teorias da comunicação evidenciam que as mudanças comunicacionais estão intimamente ligadas à evolução dos suportes midiáticos, do contexto histórico e da relação intrínseca entre produção e acesso à informação. É possível considerar que o desenvolvimento da Internet é caracterizado por catalisar uma modificação substancial no que se refere à estrutura e ação do campo midiático, principalmente no que diz respeito às práticas jornalísticas.
As possibilidades de interação, gerenciamento de recursos de outras mídias (convergência multimídia) e constituição de práticas narrativas adequadas a este espaço-informação demonstram que não estamos vivenciando uma simples adaptação conjuntural, mas sim transformações em curso orientadas à compreensão da natureza e modus operandi do ciberespaço e as mudanças no papel dos jornalistas. Como demonstra Ziller (2007) o crescimento dos blogs remete à multiplicidade específica da hipermídia; multiplicidade de emissores, de trajetos, de opiniões. Sob o formato, cabe tanto ao ‘proprietário’ do blog publicar informações e opiniões quanto ao visitante/ leitor concordar, discordar, reclamar, rebater o que foi publicado. Mas já é possível afirmar que na prática jornalística nestes blogs predominam gêneros jornalísticos que aproximam as formas discursivas do jornalismo das subjetividades sociais, que servem como recursos narrativos a fim de ultrapassar os limites de compreensão das formas sociais impostos pela linguagem referencial do jornalismo estritamente informativo, ocorrendo, portanto nos blogs uma hibridação de gêneros um misto de opinativo, interpretativo e informativo, dentro de um formato característico de coluna de opinião.

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