quinta-feira, 19 de abril de 2007

Hipertexto recria linguagem na web

LIDIANE OLIVEIRA
THAIS NUCCI

Desde o surgimento da internet e a posterior veiculação de textos jornalísticos na web, discutem-se as melhores formas de se fazer jornalismo para o meio digital. De fato, hoje, o ciberjornalismo exige novas formas de escrita. Podemos dizer que essa tendência não é exclusiva da internet. Com o passar do tempo, todas as mídias foram adequando suas linguagens, de forma a se tornarem mais apropriadas para as respectivas plataformas.

Escrever para a internet não quer dizer que se deve renegar totalmente as técnicas e formatos que caracterizam o texto jornalístico. Segundo Ramon Salveria, em entrevista concedida ao site Observatório da Imprensa, escrever para o espaço on-line “significa que podemos ir além e explorar certas possibilidades expressivas que só o ciberespaço descortina para o jornalismo”. Para ele, o que muda no ciberjornalismo tem a ver com a estrutura do discurso, alterada por conta do hipertexto, que possibilita, entre outras coisas, a interatividade e o uso de recursos multimídia (como imagens e arquivos de áudio e vídeo, por exemplo) que só o meio virtual oferece.

Mas, afinal, o que é o hipertexto eletrônico? Com as constantes mudanças e inovações da era digital, o hipertexto configurou-se como um novo estilo de escrita para a web, principalmente por apresentar características peculiares nesse formato de texto. Para Andréia Cordeiro, o hipertexto leva ao aparecimento e ao experimentalismo de gêneros literários inéditos. Isso ocorre porque novas formas de criação artística e literária procuram conferir ao texto uma apresentação diferente das já existentes e uma nova forma de veicular a significação.

Essa tendência pode ser representada como uma nova forma de fazer o leitor circular pelos textos, o que, ao mesmo tempo, desencadeou novas práticas de leitura e de escrita. Dessa forma, segundo Cordeiro, “autor e leitor, por exemplo, são dois conceitos que sofrem uma grande mudança, diluindo-se. (...) O leitor torna-se ainda um potencial editor, pois pode ler, introduzir notas e posteriormente republicar um documento em formato hipertextual”.

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