quinta-feira, 17 de maio de 2007

O Hipertexto e a Interatividade

No âmbito virtual, principalmente no caso do uso da Internet, um tema bastante discutido e pesquisado é o da interatividade. Primo classifica a interatividade em dois tipos: mútua (provida de negociações relacionais durante seu processo) e reativa (dependente da previsibilidade e da automatização das trocas). Tomando o hipertexto como objeto de estudo, a interatividade mútua do mesmo se daria se o papel do usuário se juntasse ao papel do programador, tendo ambos a mesma liberdade de incluir links ou complementar as informações existentes no hipertexto. O que ainda se vê na Web é, na maioria das vezes, a interatividade reativa do hipertexto, pois o usuário não tem a opção de incluir novos links. Dessa forma, a escolha do usuário passa a ser limitada. Partindo desses princípios interativos, Primo classificou o hipertexto em três diferentes formatos: hipertexto potencial, hipertexto colagem e hipertexto cooperativo.
O hipertexto potencial trata-se do exemplo clássico da interatividade reativa. Nesse caso, os caminhos já estão pré-determinados pelo programador do hipertexto, ou seja, o usuário não tem oportunidade de “interferir” na inclusão de novas associações. Já o hipertexto colagem permite ao usuário “criar”, estabelecendo-se assim uma atuação mais ativa dele. Porém, não há debate entre programador/usuário acerca de tal criação. Por fim, o hipertexto cooperativo seria aquele referente à interatividade mútua, estabelecendo-se o debate entre usuário e programador, tendo a discussão como responsável pelas mudanças de associações e conexões de uma determinada página. Um exemplo de hipertexto cooperativo é a Wikipedia. Criada em 1995 por Ward Cunnigham, a enciclopédia online permite que o usuário adicione, altere ou edite o conteúdo das páginas existentes na mesma. Tais alterações não necessitam de autorização prévia do autor da página, o que faz com que o texto permaneça em constante modificação.

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