Não podemos deixar de concordar que a Internet é tão rica em possibilidades e potencialidades que não podemos imaginar o que está por ser descoberto. Também temos que concordar que há muitas ferramentas que são pouco utilizadas e que poderão, em um futuro não muito distante, se tornar importantíssimas e corriqueiras nas relações humanas.
Quando tratamos o hipertexto como um mar de possibilidades temos que alertar que esses modelos que conhecemos são ainda limitados. A gama de associações são pré-estabelecidas pelo programador, não permitindo o usuário acrescentar qualquer opinião ou estabelecer novas ligações com outros sites. Segundo Aquino há três modelos de hipertexto: Potencial, Colagem e Cooperativo. No seu artigo “Características da notícia na Web - considerações sobre modelos narrativos” a pesquisadora Beatriz Ribas também identifica três modelos jornalísticos para a Web que se encaixam com as características dos modelos propostos por Aquino.
O hipertexto Potencial, ou Básico, como classifica Ribas, é formado apenas por caminhos associativos já estabelecidos pelo escritor do texto, sem permitir que o leitor faça coloque novos links na página. É esse o modelo mais difundido na Internet nos dias de hoje. O principais sites jornalísticos usam essa ferramenta de relacionar palavras chave em algum momento do texto, principalmente quando há um texto produzido no mesmo dia sobre o mesmo assunto, mas sem trazer muitas opções. São poucas as associações com materiais produzidos em outros dias, deixando de lado a potencialidade de memória que o hipertexto nos traz. O sociólogo Ted Nelson imaginou, em 1965, um grande banco de dados, semelhante à biblioteca de Alexandria no mundo antigo que buscava agrupar todas as obras de seu tempo. O projeto Xanadu, como foi denominado, teria o papel de fazer livres associações de palavras que se remeteriam a diversos textos e assim sucessivamente, valorizando e resgatando a memória.
Se pensarmos na utilização de outras mídias na Internet há também uma subutilização desses recursos. São poucos os sites que usam vídeos e áudios para complementar os textos. Temos o exemplo do site G1, do Uol e do Terra, como os maiores portais que agrupam diversas mídias e disponibilizam mais alternativas paras os usuários. Contudo, as possibilidades de um maior aproveitamento dos recursos se limitam, muitas vezes, a textos, fotos e relações com outros textos do mesmo grupo que produziu. Ribas aponta o valor de novas ligações em cada hipertexto.
"Jornalistas que publicam notícias na Web têm a possibilidade de gerar diferentes roteiros de leitura para dar ao leitor opções entre os diversos níveis de informação, tendo sempre em mente que assuntos relacionados podem ser linkados, apontando para sites externos ou outras matérias já publicadas pelo mesmo veículo, valorizando os arquivos" (RIBAS, pág 12)
Talvez essa limitação estivesse ligada à falta de tecnologias que permitissem o uso desses recursos. Somente com o advento da conexão em banda larga que principalmente vídeos se tornassem usuais na Internet. Hoje, no Brasil, segundo o site IDG Now!, são mais de 70% dos usuários que tem acesso rápido, contudo o que é explorado desse recurso é pouco ao que se espera do suporte Internet.
terça-feira, 1 de maio de 2007
Há de Vir Mais Possibilidades
Postado por Rafael Del Monaco Drummond Ferreira às 20:23
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Um comentário:
What words... super, an excellent phrase
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